CÍTARA * Espiritualismo & Yoga

COMUNIDADE INICIÁTICA DO TRATAMENTO DA ALMA, REGENERAÇÃO E ASSISTÊNCIA

PROJETO YOGIN
"Na vida de Yoga,
o praticante deve estar ciente
dos inúmeros desafios que encontrará pela frente
e que devem ser superados.
Esses desafios dizem respeito à sua conduta íntima,
onde o maior obstáculo é a ignorância de si mesmo."
O Projeto Yogin tem por objetivo proporcionar uma prática de yoga com uma característica puramente espiritual. Apesar de utilizarmos o corpo com posturas, exercícios respiratórios e relaxamentos, o enfoque é o campo espiritual. Ele está dividido em cinco estágios de aprimoramento, a serem desenvolvidos, conforme o praticante (Yogin) evolui em sua sādhana (prática espiritual) individual.
A palavra sânscrita Yoga vem da raiz "yuj" (ato de juntar, unir ou fazer contato), e neste contexto, significa união no sentido de ligar o homem à sua própria essência, torná-lo plenamente consciente de sua natureza espiritual ou supraconsciência, unir o eu inferior ao Eu Superior, o material ao espiritual, equilibrando-o, harmonizando-o, integrando-o e transcendendo-o. Tem, de certa forma, o mesmo significado da palavra “religião”, do latim “religare”, ou seja, aquilo que religa o homem à sua origem divina.
A prática do yoga nos possibilita a comunicação entre nossa personalidade e nosso Eu Superior, recebendo o conhecimento diretamente da Fonte Divina, descortinando nosso mundo interior para compreender as sutilezas de nossa mente. Isto nos leva a um questionamento de nossa trajetória de vida, nossas escolhas e possibilidades. O yoga é um caminho espiritual onde nós refletimos sobre nós mesmos e descobrimos as tendências de nossas aspirações mais elevadas. Acolhamos o nosso ego, neutralizando sua influência, para que possamos olhar dentro de nós mesmos de uma forma equânime, através de uma vida de yoga.
Carregamos em nós o poder infinito da Suprema Inteligência, mas ao longo de nossa trajetória nos distanciamos e esquecemos disso. Devido ao nosso estado primário de ignorância, estruturamos o nosso ego sob o ponto de vista do medo, quando paralisamos; ou o convertemos em raiva, quando atacamos. Isto nos afasta de nossa Essência, nublando nossos dons. Com o estudo e a prática do yoga, percebemos nossos estados de medo e raiva, e saímos de trás deles para que brilhe a nossa Essência Divina.
O yoga deve ser visto, pensado e refletido como uma conduta espiritual, com um estudo e questionamento próprio. Jamais como uma mera prática corporal, pois, para isto, temos muitas outras modalidades de culturismo físico. O enaltecimento do corpo, ou seja, o culto ao corpo, nos afasta dos propósitos espirituais. Quando olhamos somente para aquilo que está aparente, no caso, o corpo físico, fechamos o canal que nos comunica com nossos aspectos sutis. Apesar da linguagem do espírito ser feita através de sinais corporais e atitudes simbólicas, como os gestos, dores, doenças, etc., elas servem apenas para expressar as nossas necessidades e, principalmente, os desvios em nossa conduta. Manter uma constante comunicação entre o corpo e o espírito é a forma mais saudável de crescimento, desde que não haja uma idolatria do corpo. Através do yoga desenvolvemos a correta linguagem sutil dos sinais e símbolos corporais e percebemos o que nosso espírito envia para nosso corpo, bem como o contrário, o que nosso corpo comunica ao espírito!
Um dos grandes benefícios do yoga é nos educar a ouvir a voz interior. De nosso coração ecoa o imaculado som da voz interior. Seguir a voz interior é permitir que nosso Eu Maior nos conduza pelo caminho de maior benefício para a nossa Alma; é ignorar as tempestuosas e irascíveis determinações do ego. Quando acalmamos a tagarelice do ego mental e deixamos advir o silêncio do âmago, ganhamos condições de ouvir o imaculado conselho do coração – a arrebatadora voz interior. Essa voz nos traz segurança, confiança e leveza para prosseguirmos em nossa jornada espiritual. Não há conselheiro melhor do que nossa voz interior. Para tal, faz-se necessário o estado contemplativo que se desperta a partir da prática de dhāraṇā, dhyāna e samādhi - a meditação do yogin.
O Yoga é uma das seis escolas filosóficas – darśhanas – do Hinduísmo codificado no Yoga-sūtra pelo sábio Patañjali, aproximadamente no século II ou III a.C. Desde então, grandes sábios viveram neste mundo e, com base na cultura do Tantra, e sob sua influência, formularam diversos sistemas de Yoga.
O Yoga está dividido em oito partes, denominado de aṣṭāṅga sādhana e sintetizado no Yoga-sūtra. São eles: yama (educação interna ou autocontrole), niyama (observação das obrigações), āsana (postura), prāṇāyāma (controle da energia vital), pratyāhāra (introspecção ou retração dos sentidos), dhāraṇā (concentração), dhyāna (meditação) e samādhi (integração do Ser ou estado de unidade). Os cinco primeiros são considerados como o Yoga externo ou bahirāṅga, sendo a base filosófica e prática do Raja-Yoga. Os três últimos, o Yoga interno ou antarāṅga, se relacionam com o aspecto psíquico, espiritual e transcendental do Ser, sendo visto como o Raja-Yoga propriamente dito. Yama e niyama expressam a conduta que o yogin deve desenvolver para alcançar um estado saudável do Ser, enquanto āsana, prāṇāyāma e pratyāhāra indicam o aspecto disciplinar que o praticante deve adquirir para que se logre bem-estar físico e psíquico. A parte referente a dhāraṇā, dhyāna e samādhi conduzem o yogin ao desenvolvimento mental e espiritual, para que se crie condições especiais de mergulhar em si mesmo e acessar a luz transcendental. Todas as oito parte são interdependentes e devem ser desenvolvidas simultaneamente. Não existe predominância de uma sobre a outra, ou seja, uma depende da outra para que se desenvolva. Durante uma prática todas as oito partes devem estar presentes.
O Projeto Yogin está organizado em 1 fase preliminar e 5 estágios de desenvolvimento. Cada estágio tem uma duração estabelecida por mim apenas para que tivéssemos um parâmetro. O período de cada estágio, obviamente, depende de cada praticante - seu empenho, concentração, regularidade, capacidade de assimilação e, principalmente, o que resume tudo isso, o nível de consciência. A sessão de prática, em todos os estágios, deve durar de 1 hora e meia a 2 horas. Um tempo abaixo ou acima desse indica que não houve uma boa prática - ou o yogin correu e, por isso, não se concentrou corretamente, pulou ou encurtou exercícios; ou ficou muito disperso, indicando uma dificuldade de concentração também.
Mas, para termos uma base de orientação, estipulei uma duração para cada estágio:
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PRELIMINAR - 3 a 6 meses;
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ESTÁGIO I - 1 1/2 a 3 anos;
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ESTÁGIO II - 1 a 2 anos;
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ESTÁGIO III - 2 a 4 anos;
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ESTÁGIO IV - 1 a 2 anos;
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ESTÁGIO V - 3 1/2 a 7 anos (esse estágio tem atualmente apenas 3 séries de yogāsana vijñāna, perfazendo um período de 1 1/2 a 3 anos, mas está previsto para conter 7 séries, o que irá alongá-lo para uma duração de 3 1/2 a 7 anos).
Vamos, então, começar!!! Vá para o estágio PRELIMINAR.